A pujança do agro em Mato Grosso rende processos de bilhões de reais e o que não falta são setores para atuar
O conflito em torno da preservação do ambiente é, hoje em dia, uma questão que facilmente extrapola as barreiras das propriedades rurais e reserva ambientais ou indígenas. A polêmica ganha proporções macro rapidamente e as discussões convergem para bem longe do campo: os tribunais.
Mas, onde estão os advogados capacitados para lidar com o problema?
É quase consenso, dentre as instituições ligadas ao Direito, que o agronegócio é um nicho cada dia mais complexo e com demandas mais exigentes. O advogado precisa lidar com temas diversos sobre sustentabilidade, financiamento e registro de terras, por exemplo.
Contudo, o mercado de trabalho acompanha lentamente essa mudança. Mesmo com a agropecuária sendo um dos principais nichos econômicos de Mato Grosso, os cursos de Direito no Estado têm grade curricular que dá pouca atenção à área e as ofertas de especialização ainda são mínimas.
Área para atuar, o o diretor da Fundação Escola Superior do Ministério Público do Estado, Joelson de Campos Maciel, garante: não falta.
“Com o aumento da exportação para a China, por exemplo, o mercado do agronegócio tende aumentar. E nós já temos uma demanda grande em outros assuntos. No Araguaia, o assunto do registro de terras sempre foi um problema, no Norte e Médio Norte do Estado, o problema é o financiamento”, explica.
Diante do cenário, a Fundação Escola criou uma pós-graduação voltada a estes assuntos.
A aula de abertura será ministrada a partir de maio. Trata-se de uma especialização em 24 módulos com foco nos assuntos que concentram os conflitos agrários.
Vai de trade (transação comercial internacional), ao leasing, Código Florestal, passando pelo tópico do momento, a compliance – neste caso, a relação empresa e público centrada numa confluência de opiniões, prós e contra, sobre a preservação ambiental.
Nicho acrescente e mercado carente
O presidente da Comissão de Direito Agrário da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso (OAB-MT), Irajá Rezende de Lacerda, explica que o produtor rural lida hoje com assuntos que se afastam do campo, mas não do mercado do agronegócio.
Ele divide o cenário em porteira adentro e porteira afora e, sustenta que, de ambos os lados, o empresário é o responsável pelos efeitos.
“Há problema de logística, transporte, modo de produção, financiamento, etc. São todos problemas que não estão ligados diretamente à produção e muito burocráticos. O empresário não quer e não tem tempo para lidar com essas questões”, afirma.
O comportamento não implica, no entanto, displicência, é quando entra a necessidade de se contratar um advogado. Mas a exigência no atendimento impõe ao profissional do Direito a necessidade atualização e conhecimento profundo, coisa que ainda é germinal no mercado.
“Amador não tem mais espaço. O agronegócio já passa por especialização da especialização, ou seja, uma área já especializada que está tendo um novo núcleo de problemas”.
O tamanho do mercado no país traz o bônus. A recompensa financeira para o profissional é atraente. O presidente diz que as ações variam de R$ 500 a bilhões de reais por problemas atrelados num mesmo processo.
E por ser um mercado, neste momento, muito carente, a procura estimula a oferta.
“Eu não diria que esteja com média financeira acima do mercado. Mas, por ser uma área que exige conhecimentos complexos e aprofundados, acaba tendo efeito no mercado”.
A gama de temas transversais no agronegócio vai de tecnologia, produção de derivados, como o combustível biosustentável, cartas de crédito e tipos financiamento, além dos mais comuns como licenciamento e cadastros rurais.
Fonte: Metrópoles
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Jonathan Spagnoli
É acadêmico do Programa de Pós-Graduação em Agroecologia - Mestrado Profissional da Universidade Estadual de Maringá - UEM. Especialista em Docência do Ensino Superior pela Faculdade Faveni. Bacharel em Direito pela Unicesumar. Possui Certificação de Especialista Java EE 6 Enterprise Architect Oracle Sun Microsystems, Microsoft Certified Systems Engineer, Zend Certified Engineer, Certified Ethical Hacking. Atuou como Desenvolvedor de Sofware no CPD Sul do Grupo New Holland Brasil, Professor do Curso de Extensão da Faculdade UNIMEO - CTESOP em Assis Chateubriand. Instrutor em diversos cursos de tecnologia e computação.