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Você conhece o termo Pesquisa BacenJud? Ou já conhece a Plataforma BacenJud? Já ouviu falar sobre o SISBAJUD? Neste artigo iremos esclarecer e falar tudo que você precisa saber sobre essas plataformas de execução e penhora online.
Plataforma de pesquisa BacenJud e SISBAJUD.
Os processos de recuperação judicial de créditos não é novidade, já que frequentemente a inadimplência faz com que os credores utilizem medidas judiciais para recuperar o crédito. O BacenJud é um sistema já conhecido por juízes, advogados e bancários por permitir realizar a pesquisa financeira de um indivíduo ou empresa. Foi anunciado recentemente que o novo sistema para realização de consultas financeiras, o SISBAJUD já está em fase de teste e pretende melhorar os tempos dos processos e a ampliação das funcionalidades contidas no BacenJud, tornando todo o processo automático e totalmente online.
O que é o BacenJud?
Se você está inserido no mundo jurídico, provavelmente já deve ter ouvido falar na pesquisa BacenJud. Esta plataforma permite a juízes consultar saldos bancários e ordenar o bloqueio de valores. O BacenJud foi criado em parceria com o Poder Judiciário e o Banco Central em 2001 e teve a sua versão 2.0 em 2005. Com este sistema juízes podem realizar consultas dos saldos de possíveis devedores e de esta maneira solicitar o bloqueio através dos bancos e entidades financeiras.
O BacenJud é a plataforma que permite ao Poder Judiciário sincronizar informações e estar conectado às instituições financeiras através do Banco Central do Brasil (BACEN). Como já comentado, com este sistema é possível consultar as informações financeiras de pessoas físicas ou jurídicas e também solicitar o bloqueio de valores em contas dos que tenham dívidas reconhecidas judicialmente. Esta plataforma torna mais rápida esse tipo de processo judicial, reduzindo o tempo de tramitação e execução de penhora judicial.
O sistema de penhora online é parecido ao RenaJud, que realiza restrições judiciais em veículos, e ao InfoJud que permite aos juízes consultar informações protegidas por sigilo fiscal.
E como funciona a Plataforma BacenJud?
A plataforma BacenJud funciona a partir de consultas e solicitações realizadas por juízes que chegam a todos os bancos e instituições vinculadas ao Sistema Financeiro Nacional, que por sua vez retornam informando a existência ou não de contas atreladas ao CPF ou CNPJ buscado e as informações das mesmas.
Com a posse das informações financeiras o juiz pode solicitar o bloqueio dos valores que ficarão disponíveis em conta bancária do juízo vinculada ao processo que originou a penhora. Depois de ter passado os prazos legais e demais trâmites é que o valor ficará disponível à parte credora.
Existe a possibilidade da instituição financeira não poder realizar o bloqueio dos valores, que seria quando o cliente encerra a conta no período entre a requisição e a execução, ou quando o dono do CPF ou CNPJ da conta é somente procurador, representante ou responsável por ativo de terceiro.
Quem tem acesso ao BacenJud?
Como você já deve imaginar, o acesso a este sistema é restrito a juízes e servidores habilitados pelos magistrados. Em 2017, a plataforma passou por uma atualização que também traz como opção de acesso o uso de certificado digital, podendo dessa forma evitar a necessidade de lembrar e atualizar senhas.
Quais informações são fornecidas pelo BacenJud?
A plataforma BacenJud está integrada ao Cadastro de Clientes do Sistema Financeiro Nacional (CCS) e, dessa maneira, reúne as informações cadastrais de pessoas físicas e jurídicas em instituições financeiras. É possível consultar no BacenJud a existência de saldos, extratos e endereços vinculados ao CPF ou CNPJ, podendo-se rastrear também contas de investimento.
E os Bloqueios? Quais contas e valores podem ser bloqueados via BacenJud?
Segundo o regulamento do BacenJud, é possível o bloqueio de bens e valores em conta corrente, de investimento e poupança, depósitos a prazo, aplicações financeiras em renda fixa ou variável, fundos de investimentos e demais ativos. Contas referentes a salário, aposentadoria e pensões não podem ser bloqueadas. Corretoras de títulos de valores mobiliários, cooperativas de crédito e também fintechs podem ter ativos bloqueados.
O bloqueio é feito no valor exato da execução, observando o saldo existente na conta no dia útil seguinte ao envio da requisição.
E o SISBAJUD?
Como já sabemos, o sistema SISBAJUD tem como objetivo aumentar a eficácia do processo de bloqueio de ativos em nome dos executados, já que o BacenJud ainda tem partes do processo de pesquisa realizados manualmente e por seus prazos e processos já serem conhecidos por muitos. O sistema surgiu da parceria do Banco Central do Brasil, do Conselho Nacional de Justiça e da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional que por meio do Acordo de Cooperação Técnica 041/2019, iniciaram o projeto de desenvolvimento do novo sistema.
Portanto a novidade neste novo sistema está na inclusão de outras instituições e produtos que não são abrangidos pela pesquisa BacenJud, como por exemplo as criptomoedas. De acordo com os juízes auxiliares da Presidência do CNJ Dayse Starling e Adriano da Silva, que integram a equipe de desenvolvimento do novo sistema, por fim a substituição do Bacenjud pelo Sisbajud será feita entre os dias 24 de agosto, com a preparação dos dois sistemas para mudança, e 7 de setembro.
Após o lançamento oficial pelo CNJ, Banco Central e PGFN no dia 25/8, terá início a fase de transição, concedendo um prazo para os tribunais realizem as adequações necessárias ao novo sistema, evitando descontinuar o rastreamento de ativos e pedidos de bloqueio.
Maior celeridade
Com a substituição do Bacenjud pelo Sisbajud, os magistrados passarão a dispor de um sistema tecnologicamente mais atualizado e com capacidade de resposta mais célere e eficiente. Na atual fase dos aprimoramentos, o Sisbajud conterá com dois módulos: um de afastamento de sigilo bancário e o outro para requisição de informações sobre os devedores às instituições financeiras e penhora online de ativos.
Dessa forma, o Sisbajud foi idealizado para também ser acessado pelos tribunais que não utilizam o PJe, por meio de interface web, ou seja, para os tribunais que assim desejarem, a integração via API (Application Programming Interface) especialmente desenvolvida para essa finalidade.
Com a arquitetura de sistema mais moderna, em breve será liberada no Sisbajud a reiteração automática de ordens de bloqueio (conhecida como “teimosinha”), e a partir da emissão da ordem de penhora on-line de valores, o magistrado poderá registrar a quantidade de vezes que a mesma ordem terá que ser reiterada no Sisbajud até o bloqueio do valor necessário para o seu total cumprimento. Esse novo procedimento eliminará a emissão sucessiva de novas ordens da penhora eletrônica relativa a uma mesma decisão, como é feito atualmente no Bacenjud.
Fonte: CNJ.
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Jonathan Spagnoli
É acadêmico do Programa de Pós-Graduação em Agroecologia - Mestrado Profissional da Universidade Estadual de Maringá - UEM. Especialista em Docência do Ensino Superior pela Faculdade Faveni. Bacharel em Direito pela Unicesumar. Possui Certificação de Especialista Java EE 6 Enterprise Architect Oracle Sun Microsystems, Microsoft Certified Systems Engineer, Zend Certified Engineer, Certified Ethical Hacking. Atuou como Desenvolvedor de Sofware no CPD Sul do Grupo New Holland Brasil, Professor do Curso de Extensão da Faculdade UNIMEO - CTESOP em Assis Chateubriand. Instrutor em diversos cursos de tecnologia e computação.