CONTEXTUALIZAÇÃO PRÁTICA SOBRE O DESENVOLVIMENTO CONTEMPORÂNEO DA SERICICULTURA E APLICAÇÃO NO MERCADO NACIONAL E INTERNACIONAL.
Autor: Jonathan Amorim Spagnoli
Orientadora: Prof.ª D.ª Alessandra A Silva
Disciplina: Sericicultura, Agroecologia e
Sustentabilidade vinculada ao Centro de Ciências
Agrárias da Universidade Estadual de Maringá
Programa de Pós-graduação em Agroecologia
Mestrado Profissional.
RESUMO: Este trabalho busca apresentar um estudo sobre a produção do bicho-da-seda sendo organizada atividade comercial da sericicultura. A produção a nível comercial do bicho-da-seda é tida como uma prática milenar, sendo datada de 4.500 anos na China. A técnica não se baseia somente na criação da lagarta, mas também se faz através da produção de cultivo da amoreira, ao qual é responsável pela alimentação e produção dos fios da seda. O Brasil é o sexto maior produtor de seda do mundo, onde é responsável por quase 3.000 toneladas de tecido, e os maiores estados produtores do país são, Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul.
Palavra Chave: bicho-da-seda; lagarta; amoreira; bombyx mory.
ABSTRACT: This work aims to present a study on the silkworm production, being organized a commercial sericulture activity. The commercial production of silkworm is considered to be an ancient practice, dating from 4,500 years in China. The technique is not only based on the creation of the caterpillar, but also through the production of mulberry cultivation, which is responsible for feeding and producing silk threads. Brazil is the sixth largest silk producer in the world, where it is responsible for almost 3,000 tons of fabric, and the largest producing states in the country are Paraná, São Paulo and Mato Grosso do Sul.
Key words: silkworm; caterpillar; mulberry; bombyx mory.
INTRODUÇÃO
A Sericicultura é uma atividade rural desenvolvida, que nasceu do acaso em 2.640 a.C., logo está cultura tomou o mundo e se tornou uma cultura de grande importância para o desenvolvimento da sociedade e do setor têxtil. A primeira roda da seda tem seus relatos em 200 a.C, essa rota continental foi o primeiro mercado globalizado do mundo pois interligava a Ásia do Sul, o Oriente e a Europa. Nos tempos atuais o mercado da seda ainda é um mercado global, porém já passa por processo de evolução tecnológicos adaptando as culturas e diversas áreas da ciência ao seu desenvolvimento, desenvolvimento este que passa pelo Brasil, onde através de uma cultura oportunista que surgiu nas entressafras do café passou a ser uma cultura totalmente viável, sendo cada vez mais associado a um princípio de equidade, onde se encontra uma política pública de interesse global para a conceptualização da metodologia já empregada no desenvolvimento social através da agricultura familiar.
A CULTURA
A Sericicultura é atividade que responsável pela produção da seda, que consiste na criação do bicho-da-seda que é o produtor do fio que já chegou a ter seu valor comercial similar ao preço do ouro. A produção do bicho-da-seda no Brasil teve seu início no século XIX, hoje o país tem grande expressão no mercado nacional se tornando o sexto maior produtor do mundo com mais de 3.000 toneladas de tecido por ano, tendo seu maior produtor o Estado do Paraná com 83,3% de toda produção nacional, sendo seguido por São Paulo com 12% e Mato Grosso do Sul com 4,7% (AGRO SABER, 2020).
A Sericicultura no Paraná é tão importante que hoje ela constituí uma região geográfica conhecida como “Vale da Seda”, que é composta por 29 municípios da região noroeste do Estado. No Brasil, é uma atividade agroindustrial de grande importância para a economia rural, pois contribui para o desenvolvimento sustentável do país, em virtude de seu relevante aspecto social e por se tratar de uma atividade de baixo investimento na implantação das criações de lagartas para produção do casulo e reduz o impacto ambiental da indústria brasileira por se tratar de uma atividade sustentável (PENNACCHIO, 2014).
Com relação a produção da seda, ela está diretamente ambientada a indústria-sericultor. A produção do Brasil está ligada diretamente a exportação, sendo que o principal mercado para seda brasileira é a Ásia e Europa. Países como Japão e Itália são os principais importadores da seda brasileira, que tem como principal característica ser mais branca e também tem o dobro de tamanho em comprimento que a chinesa (AGRO SABER, 2020). As duas características do fio brasileiro permite menos emendas e também maior facilidade em seu tingimento o que faz com que seja considerado o melhor fio de seda produzido no mundo, tudo isso devido ao clima e cuidados do solo e melhoramento genético das lagartas (CENAGRI, 2019).
O CICLO DE VIDA
O bicho-da-seda é um inseto holometábolo[1], seu ciclo de vida é dividido em quatro estágios: ovo, lagarta ou larva (estágio jovem), pupa ou crisálida e o último estágio e já adulto a mariposa. O inseto demonstra em seus ciclos características morfofisiológicas[2] distintas que tem duração de alguns dias em cada estágio (UNIOESTE, 2020), vale frisar que o inseto em sua vida passa por quatro ecolises de exoesqueletos e também por cinco idades ou instar.
Quando o inseto chega ao quinto instar ele deixa de se alimentar pois seu intestino é reabsorvido por um processo de apoptose. Sua metamorfose completa se dá com aproximadamente 40 dias. (HANADA e WATANABE, 1986, ZANETTI, 2011).
Conforme o Instituto Biológico (IB) autarquia pertencente a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo de forma sintetizada leciona sobre o clico de vida, etapas e processos até a produção do fio de seda (SECRETARIA DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO, 2021):
“[…] Quando a lagarta constrói seu casulo (pupa) para completar seu desenvolvimento, libera uma substância que, em contato com o ar, dá origem ao fio. Uma fêmea adulta de bicho-da-seda deposita em média de 300 a 600 ovos. Durante a fase larval, por um período de 30 dias, as lagartas alimentam-se exclusivamente de folhas de amoreiras e crescem cerca de 10 mil vezes em tamanho. Após esse período inicia-se o processo de encasulamento, quando a lagarta começa a produzir fios de seda, a partir de glândulas sericígenas, localizada na parte inferior da boca da lagarta. A larva fia a seda ao redor do seu corpo fazendo movimentos geométricos em forma de número 8 até que todo o líquido que forma o fio termine, isto ocorre em torno de 3 dias, até lá, são secretados aproximadamente 2.000 metros dessa substância. Depois disso, num período de 3 semanas, nasce uma mariposa branca. […]”
Contudo, complementa o pesquisador do Instituto Biológico (IB) Doutor Mário Kokubu “O inseto está extinto na natureza por causas naturais e por conta de cruzamentos genéticos entre a população domesticada e a selvagem, o que sobrou da espécie é usado apenas para produção do tecido de seda, não sendo possível a reintrodução do bicho-da-seda no ambiente natural, por conta da fragilidade e susceptibilidade da população doméstica a intempéries do ambiente” (SECRETARIA DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO, 2019).
O BENEFICIAMENTO E DERIVADOS DA SEDA
Os primeiros relatos quanto a origem da seda se dá na China antes de Cristo, onde relata que uma princesa tomava seu chá debaixo de uma amoreira, quando o casulo caiu em sua bebida quente, quando a mesma foi retirar os fios da seda se soltaram em seus dedos. Neste instante conforme a lenda de Confúcio (551-479 a.C.)[3], começa-se a produção do bicho-da-seda, que é atividade conhecida pelo nome de sericultura.
O processo de produção do bicho-da-seda é desenvolvido ao longo da vida, geralmente é uma cultura familiar, onde é passada de pais para filhos, geralmente o homem cuida da amoreira, que é o único alimento que as lagartas consomem, já a mulher do núcleo familiar está mais ligada aos cuidados com os casulos, assim a cultura tende envolver todo o núcleo familiar. Esta formulação fica cada vez mais evidente quando se pega os dados fornecidos pela Câmara Setorial da Seda no Estado de São Paulo que aponta para um crescimento médio de 290 produtores no ano de 2019, enquanto que no ano de 2018 esse número foi de aproximadamente 200 novos sericicultores. (AGRODIÁRIO, 2020).
O sistema produtivo do bicho-da-seda no Brasil acontece de forma integrada com empresas privadas e também com a cooperação de estatais em alguns Estados da República. Tudo começa quando a empresa privada explora uma determinada região do país. O Estado se compromete com a qualificação e apoio aos produtores, além de políticas mercadológicas como abertura de crédito em bancos públicos oficiais (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal), enquanto a empresa faz a angariação de conveniados, neste processo, enquanto a empresa angaria, ela também faz a distribuição de estacas de amoreiras, produz e faz a distribuição das lagartas de terceira idade. Para tal os produtores conveniados a empresa fornecedora tendem a se comprometer com a compra das lagartas, produzirem os casulos e posteriormente fazer a revenda para a empresa. (ZANETTI, 2008).
No Brasil, diferentemente da China, que atual em grande parte do mercado mundial e todas as etapas são feitas por agenciadores, os processos produtivos são feitos por três empresas, de produção de seda, a Bratac S/A, também a Fujimura do Brasil, que trabalham somente com os casulos mais perfeitos, a terceira empresa é a Casulo Feliz, que trabalha de forma orgânica e faz o aproveitamento dos casulos impróprios para a indústria tradicional e também os subprodutos da seda.
A Casulo Feliz é uma empresa que trabalha com a premissa de produção de seda orgânica, a empresa surgiu em 1988 e tem seu principal conceito que o fio da seda também deveria ser produzido da forma mais natural possível, sendo uma das únicas empresas deste ramo no mundo totalmente sustentável, conta em seu portfólio de produtos fios, tecidos, tapetes, cortinas. A empresa busca os casulos imperfeitos e dispensados pelas grandes operadoras do mercado e faz uma espécie de reciclagem das fibras da seda, fazendo com que aquele casulo volte a ser comercializado e dando ao produtor uma recuperação de sua renda. (O CASULO FELIZ, 2021a).
Como empresa sustentável a Casulo Feliz trabalha com as seguintes premissas: Seda orgânica, tinturaria botânica água limpa, reciclagem feita a mão, uso racional de energia foto voltaica, pegada positiva para o planeta, produção ética e produção local. (O CASULO FELIZ, 2021).
O sistema produtivo
A produção do bicho-da-seda se dá em sua grande parte dentro de barracões conhecidos por sirgarias e seu manejo é feito através de esteiras, que são conhecidos como camas, o ar deve ser limpo, totalmente livre de contaminantes e com boa circulação de ar, além de controles de temperaturas e umidades, tais controles devem ser empregados conforme cada idade do bicho-da-seda.
Conforme salienta a pesquisadora da APTA Fumiko Okamoto a produção é feita em sete etapas que inicia-se com: Aquisição do bicho-da-seda, ambiente que vai da primeira a segunda idade da lagarta; Estruturação dos locais de manejo como barracões e esteiras; Alimentação que preferencialmente é feita das folhas de amoreira, das seguintes variações IZ56/4, IZ15/7, IZ13/6, IZ10/4, IZ40, consideradas as mais nutritivas; Propagação que trata sobre o cultivo da amoreira que podem produzir folhas por um período de 15 a 18 anos para alimentar o bicho-da-seda; Reprodução que ocorre na fase adulta da mariposa, que surge a partir da transformação da lagarta dentro do casulo. Neste momento a fêmea dos ovos que podem somar de 400 a 500 unidades. (OKAMOTO, 2016)
Os fios produzidos no Brasil são únicos, o produtor tem uma relação muito forte com a indústria, a Bratac S/A que faz o processamento dos casulos, fazendo a produção dos insetos em sua fase adulta, faz todo controle dos acasalamentos e cuida das incubações dos ovos, produz e cria as larvas de primeiro e segundo ínstar, já entre o segundo e terceiro faz a entrega ao produtor que o responsável por armazenar, cuidar, alimentar e proteger os casulos. (SECRETARIA DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO, 2019).
Cada vez mais são produzidos estudos onde se buscam inovações para combater as restrições e aumentar a produção, um exemplo aqui demonstrado foi a da empresa O Casulo Feliz que tem o conceito de “Seda da Paz”. Os estudos e pesquisas desenvolvidas buscam aplicar o melhoramento genético das lagartas, também na produção de casulos coloridos que poderão ser obtidos através dos corantes aplicados na alimentação da lagarta, acabando com o tingimento posterior, que é considerado um dos processos químicos mais poluentes atualmente.
DOS MERCADEIJOS AO GRANDES PROCESSOS NEGOCIAIS
O desenvolvimento do mercado da seda no Brasil está diretamente atrelado com a cafeicultura, tendo seu primeiro relato no país por volta de 1850, tendo as duas culturas se desenvolvido mais precisamente em duas regiões, o centro-oeste paulista e o norte paranaense. Conforme aponta o pesquisador Antônio José Porto “ambos dependem de climas mais quentes, áreas altas, pouca umidade e, principalmente, mão de obra com características de trabalho familiar”. Todo este cenário foi impulsionado pelo declínio da cafeicultura a partir da década de 30, onde a produção se aproveitava dos períodos entressafra do café para crescer se solidificando como cultura junto a economia brasileira. (USP, 2016)
Sendo um bom negócio para a agricultura familiar, e também pela grande possibilidade de diversificação da propriedade, a Sericicultura é uma importante atividade produtiva junto ao Estados do Paraná, ela produz renda para o pequeno produtor por nove meses do ano, se tornando uma cultura extremamente viável, economicamente justa de de cunho ambiental ético. ()
Conforme dados apresentados pelo IBGE o ano de 2018 os produtores obtiveram renderam na casa de R$56,8 milhões de reais, renda esta que foi dividia pelos três Estados produtores do país. No Paraná se tornou tão importante para o mercado nacional da seda que foi criada uma região geográfica que reúne cerca de 29 municípios da porção noroeste do Paraná. Segundo o site Vale da Seda fazem parte os seguintes municípios: Apucarana, Arapongas, Astorga, Atalaia, Cambira, Colorado, Cruzeiro do Sul, Flórida, Guaraci, Iguaraçu, Itaguajé, Jaguapitã, Jandaia do Sul, Jardim Olinda, Lobato, Mandaguaçu, Mandaguari, Marialva, Maringá, Munhoz de Melo, Nossa Senhora das Graças, Nova Esperança, Paranacity, Paranapoema, Presidente Castelo Branco, Rolândia, Sabaudia, Santa Fé e Uniflor. Abaixo segue o mapa da composição do Vale da Seda no Estado do Paraná.
Fonte: (VALE DA SEDA, 2014).
De fato, já explanado neste artigo, o Paraná é o grande celeiro do Brasil quando o assunto é a produção de seda, por ter mais de 1.867 famílias produtoras e uma área estipulada em 3.969 hectares de amoreiras com faturamento de R$42.877.303,00. Sendo que toda essa produção culmina em apenas 10% do mercado, sendo empregados na produção de lenços, cachecóis de seda, com um VBP superior a R$86.000.000,00 conforme o Relatório Takii/2017 da SEAB-PR. (SECRETARIA DE ESTADO DA COMUNICAÇÃO SOCIAL E DA CULTURA, 2017)
Em resposta ao mercado, os produtores estão passando por um período de renovação, onde os novos sericicultores investem muito mais em tecnologia de ponta e também em aperfeiçoamento acadêmico afim de fortalecer e transformar a seda paranaense em um produto de excelência. O Departamento de Economia Rural (Deral), houve nos últimos anos uma espécie de êxodo agrícola, onde os produtores mais antigos deixaram a produção, dando espaço para produtores mais novos. Segundo Gianna Cirio, agrônoma do DERAL, o resultado será uma produção mais eficiente e muito mais precisa e controlada nos próximos anos.
Por ser um fio de altíssima qualidade o fio brasileiro estimula a produção, fazendo com que diversos países da Europa se interessem pelo produto produzido no Paraná, além dos grandes mercados de luxo compostos por países como França, Itália e Japão que somente no ano de 2019 consumiram 432 toneladas de fios de seda. Porém em retração do mercado internacional no ano de 2020 houve uma queda na exportação passando para 312 toneladas. (PORTAL G1, 2021).
Ainda no mercado nacional mais precisamente na seara de produção paranaense temos o projeto do zootecnista Gustavo Augusto Serpa Rocha, que em 1988 criou a empresa O Casulo Feliz na cidade de Maringá, uma empresa inovadora que através da reciclagem do casulo da seda defeituosos e rejeitados pela indústria de luxo, a empresa no ano de 2013 faturou em média R$3.000.000,00 de reais. Seus casulos hoje estão no Casting de marcas como Osklen, Animale e Cantão, além de peças de decoração de figurinos de grandes produções artísticas das empresas de mídias nacionais Rede Globo de Televisão e Record São Paulo, conforme dados fornecidos pela empresa, 60% de seu portfólio vai direto para grandes marcas têxteis e de moda, enquanto 20% está junto a decorações e mobiliários, enquanto os 20% restantes correspondem diretamente a renda obtida através de programas televisivos. (PORTAL GAZETA DO POVO, 2013).
De fronte aos dados colhidos através da Food and Agriculture Oganization of The United Nations (FAOSTAT[4]), os maiores produtores de seda são, China, Índia, Uzbequistão, Tailândia, Irã e Brasil. Sendo que os maiores importadores do mundo são Indonésia, Nigéria e China, uma vez que a China faz parte de todos os cenários quando se trada da seda, figurando inclusive como maior exportador do mundo juntamente com o Uzbequistão. (KLANN VIEIRA, 2014).
Em um contexto geral, pode-se se ver claramente uma uma grande evolução nos preços médios que são repassados aos produtores, pode-se através deste cenário dizer que hoje a sericicultura é uma atividade rentável sendo para tal que a nível global as políticas empregadas pelos órgãos de gestão tanto no Brasil quanto no restante de mundo é eficiente, pois proporciona a seus produtores, os sericicultores um cenário confortável e dinamicamente evolutivo e rentável.
CONCLUSÃO
Com análise aos processos dispostos junto a este tratado superficial referente a produção de bicho-da-seda no Brasil e no mercado internacional, podemos dizer que a sericicultura que nasceu do acaso na China, mas passou a ser uma atividade extremamente importante junto ao setor têxtil, sendo tal cultura uma que tem um grande apelo social pois seu processo produtivo mesmo que seja profissionalizado e industrializado desenvolve sua matriz produtiva junto a conceito de agricultura familiar, que tem um viez inclusivo, dimensionando o papel da família como fonte de produção primária.
E em se dizer de ciclo evolutivo, o novo perfil do produtor é jovem, tecnológico, articulado e muitas das vezes com grande conhecimento técnico e acadêmico sobre a cultura que se desenvolve, enquanto os governantes buscam desenvolver a nível global políticas públicas que possam facilitar e aprimorar o acesso a recursos financeiros, tecnológicos e inovadores, tendo em vista o grande exemplo desenvolvido no noroeste paranaense com a criação do projeto Vale da Seda e a empresa privada O Casulo Feliz, além de diversos ambientes tecnológicos como o banco de germoplasma de bicho-da-seda público no país.
Diante aqui deliberadamente exposto fica a pequena contribuição superficial, mas de grande aporte para que venha a servir de propositura para novos trabalhos que venham a contribuir e aprofundar a pauta evolutiva desta ciência, seja ela através do meio acadêmico pautado por teorias científicas ou seja pela formação de um compêndio científico prático e profissional da experiência vivida em campo.
REFERÊNCIAS
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[1] São insetos que apresentam metamorfose completa em seu desenvolvimento. Desta forma, o inseto adulto é totalmente diferente da larva, pois sofre profundas transformações. O termo Holometábolo também é de origem grega, onde: holo significa total e metabolos significa mudança. Exemplos: borboleta, mosca, abelha e besouro. (BARBOSA DE SOUZA, Elaine. Classificação dos Insetos. São Paulo: Toda Biologia, 26 mar. 2021. Disponível em: https://www.todabiologia.com/zoologia/classificacao_insetos.htm. Acesso em: 27 abr. 2021.).
[2] Significado de Morfológica: Adjetivo. Que se pode referir à morfologia, ao estudo da forma ou do aspecto exterior da matéria. [Linguística] Relacionado com à análise detalhada da composição, derivação, flexão das palavras e de seus processos de formação. [Linguística] Referente ao morfema, à menor unidade linguística com significado. [Geologia] Que diz respeito aos processos de formação do relevo terrestre e de suas transformações. Etimologia (origem da palavra morfológica). Feminino de morfológico. (RIBEIRO, Débora. Significado de Morfológica. São Paulo: Dicio, 2 maio 2019. Disponível em: https://www.dicio.com.br/morfologica/. Acesso em: 28 abr. 2021.)
[3] Sobre a história da seda, não se sabe exatamente como a possibilidade de transformar um casulo em tecido foi observada. A lenda mais conhecida, apontada por Confúcio (551-479 a.C.), diz que foi a imperatriz chinesa Hsi-Ling-Shi, em 2640 a.C., percebeu que o casulo do bicho-da-seda amolecia e poderia ser desenrolado quando um deles caiu em seu chá fumegante. Embora não se saiba se a lenda tem mesmo um fundo de verdade, o fato é que os chineses foram os únicos fabricantes do tecido durante três milênios. Aliás, a exportação dos ovos das mariposas e as sementes de amoreira foi proibida por muito tempo pelo governo chinês, que punia os traficantes com a morte. Isso faz com que os europeus só desvendassem os segredos de como é feita a seda no ano 552, quando o imperador romano Justiniano enviou monges à China para espionar o processo de fabricação. Quando os viajantes voltaram, eles trouxeram ovos de bicho-da-seda escondidos dentro de bordões de bambu. Foi assim, pelo furto, que Constantinopla se tornou o primeiro lugar do mundo fora da China a fabricar a seda. Depois disso a produção do tecido foi se espalhando pelo mundo. (OS SEGREDOS DO MUNDO (Brasil, SP, São Paulo). Como é feita a seda? Veja como casulos se transformam em tecido: Um dos tecidos mais nobres e antigos do mundo é feito a partir de casulos de lagartas e conta, até hoje, com certa crueldade animal em sua fabricação. São Paulo: R7 Notícias, 10 jul. 2019. Disponível em: https://segredosdomundo.r7.com/como-e-feita-seda-veja-como-casulos-se-transformam-em-tecido/. Acesso em: 29 abr. 2021.)
[4] The Food and Agriculture Organization (FAO) is a specialized agency of the United Nations that leads international efforts to defeat hunger. Our goal is to achieve food security for all and make sure that people have regular access to enough high-quality food to lead active, healthy lives. With over 194 member states, FAO works in over 130 countries worldwide. We believe that everyone can play a part in ending hunger. (ONU (United Kingdom, London, UK). Food and Agriculture Organization. About FAO. United Kingdom: ONU, jan. 2021. Disponível em: <http://www.fao.org/about/en>. Acesso em: 29 abr. 2021.)
CITAÇÕES
Conforme a NBR 6023/2018 da Associacao Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), este texto científico publicado em periódico eletrônico deve ser citado da seguinte forma: SPAGNOLI, Jonathan Amorim, A SILVA, Prof.ª D.ª Alessandra et al. CONTEXTUALIZAÇÃO PRÁTICA SOBRE O DESENVOLVIMENTO CONTEMPORÂNEO DA SERICICULTURA E APLICAÇÃO NO MERCADO NACIONAL E INTERNACIONAL. XXI. ed. Maringá: Revista Jurídica Vendruscolo Spagnoli, 28 abr. 2021. Disponível em: https://blog.vendruscolospagnoli.com.br/contextualizacao-pratica-sobre-o-desenvolvimento-contemporaneo-da-sericicultura-e-a-aplicacao-no-mercado-nacional-e-internacional/. Acesso em: ….
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Jonathan Spagnoli
É acadêmico do Programa de Pós-Graduação em Agroecologia - Mestrado Profissional da Universidade Estadual de Maringá - UEM. Especialista em Docência do Ensino Superior pela Faculdade Faveni. Bacharel em Direito pela Unicesumar. Possui Certificação de Especialista Java EE 6 Enterprise Architect Oracle Sun Microsystems, Microsoft Certified Systems Engineer, Zend Certified Engineer, Certified Ethical Hacking. Atuou como Desenvolvedor de Sofware no CPD Sul do Grupo New Holland Brasil, Professor do Curso de Extensão da Faculdade UNIMEO - CTESOP em Assis Chateubriand. Instrutor em diversos cursos de tecnologia e computação.